segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

A difícil adaptação na Creche




Ao escolher a escola de seus filhos, geralmente há todo um trabalho de pesquisa. Os pais pensam, refletem, conversam, ponderam e decidem. Se tudo isso acontece, por que ficam ansiosos? Porque nesse momento surgem dúvidas sobre terem efetuado a escolha correta. Tudo isso faz parte do processo. O que não é assimilado pelos pais é que nada é definitivo e poderá ser revisto, se necessário.

Neste contexto, entrada da criança para a Creche implica na separação dos Pais ou daquelas pessoas que constituem o seu universo. Implica também a separação de um contexto físico a que a criança está habituada juntamente com uma mudança na sua rotina diária. Esta transição é um processo delicado e envolve uma série de ações por parte dos adultos envolvidos, de forma a minimizar ao máximo o sofrimento da criança e a facilitar a sua adaptação.

É natural que a criança se sinta insegura, sozinha, com medo e por vezes até com um sentimento de abandono, e que reaja chorando, batendo, gritando, não querendo comer ou dormir.

Este é apenas um tempo que pode ser mais difícil, mas depois de ultrapassado oferece à criança uma multiplicidade de novas experiências interessantes, gratificantes e fundamentais para o seu desenvolvimento. Este é um momento especial para cada profissional que trabalha na instituição, e, ainda para as outras crianças, que podem se sentir inseguras, desconfortáveis e desconfiadas. Assim é necessário acolhê-las também neste momento de transição.


Por incrível que pareça, a adaptação da mãe é tão ou mais importante que a adaptação da própria criança. Isso porque, se a mãe não estiver segura de sua decisão, se ela não acreditar que a escola é a melhor opção para o seu filho naquele momento, que ele vai gostar ou que ela poderá ficar tranqüila, ela própria irá impedir ou dificultar a adaptação da criança à Escola.


Em alguns casos, a criança, mesmo após este período, continua apresentando uma reação de ansiedade. Segundo educadores, não é aconselhável deixá-la à força, devendo-se então prolongar o período de adaptação, dando tempo à criança para que ela possa desenvolver a confiança necessária nos adultos e no novo ambiente.

Vivência delicada essa que, inevitavelmente, adaptação rima com separação. De modo geral essa é uma vivência bastante mobilizadora para todos nós. Desta forma, alguns educadores e familiares optam “pelo ir embora sem a criança ver”. Essa atitude deixa clara a associação de separação com coisa ruim, que trás sofrimento, que não deve ser vista ou vivida, ou seja, encarada de frente.

Nesse momento, algumas mães afirmam que sentem-se culpadas por abandonarem seus filhos na creche. Esse é um dos enganos que deve rapidamente ser desfeito: separar-se do filho por algumas horas não tem nada a ver com a idéia de abandoná-lo.


Em qualquer idade, é importante que a mãe esteja tranqüila, segura e confiante, para que transmita a seu filho estes sentimentos fundamentais para sua adaptação na nova Escola.


Para que a creche seja um ambiente acolhedor para a criança, é necessário à interação de todos, formando uma equipe e tendo como prioridade a qualidade de vida das crianças atendidas para que a adaptação aconteça de forma natural e gradativa. Nesse processo, cada um tem seu papel para que a criança ultrapasse este período com tranqüilidade e se identifique a tudo de novo que está acontecendo a sua volta. Família e escola precisam estar atentas e fornecer subsídios para uma melhor ambientação desta criança.


Mas como fazer? Como proceder nesta fase transitória? Esta adaptação deve ser progressiva, com troca de informações sobre a rotina da instituição e os hábitos das crianças. Quanto mais pudermos conhecer sobre estas rotinas e hábitos, melhor.

Alguns educadores afirmam que é preciso considerar a necessidade dos pais e avaliar a necessidade de estimulação e sociabilização da criança. De acordo com estes educadores a entrada precoce na escola pode ser muito benéfica para o desenvolvimento da criança, pois ela é estimulada no ambiente escolar de maneira lúdica. Assim, a escola de educação infantil têm dois papéis: ajudar a desenvolver a sociabilização e fornecer pré-requisitos para aprendizagem.

Portanto adaptação com ambivalências, com choro ou sem choro, com lamento ou sem lamento, com dengo, com riso, com resistência a deixar crescer… Que seja como for, mas que seja vivida, elaborada e assumida.


É preciso que os pais examinem os sentimentos despertados quando do ingresso do filho na escola. Freqüentemente, as dificuldades da criança em se adaptar à escola estão associadas às angústias dos pais diante da separação e crescimento de seus filhos.


BIBLIOGRAFIA


  • BRASIL Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil: Formação Pessoal e Social. Brasília: MEC/SEF. 1998.
  • BRASIL Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil: Introdução. MEC/SEF. 1998
  • SCOZ, Beatriz Judith Lima et al. Psicopedagogia - O caráter interdisciplinar na formação e atuação. Porto Alegre, Artes Médicas, 1987.
  • RIZZO, Gilda. Educação Pré- escolar . Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1989.
  • WINNICOTT, Donald Woods. O Brincar & a realidade. Rio de Janeiro, Imago, 1975.
  • http://educacao.terra.com.br/interna/0,,OI1382728-EI3588,00.html
  • http://www.abcdobebe.com/comunicar-com-o-bebe/o-choro-no-fim-do-dia.html
  • http://guiadobebe.uol.com.br/bb1ano/significados_do_choro.htm

OBS: Este artigo foi uma pesquisa a partir dos sentimentos da mãe de uma de nossas bebês (Yasmin) que está passando por um “período” de adaptação, insegurança e sentindo-se culpada por estar “abandonando” sua filha. Assim, sabemos que todas as mamães passam por este processo tão delicado, e por vezes não conseguem por um motivo ou outro comentar suas angústias. Desta forma, a Creche a qualquer momento se disponibiliza a ouvir vocês mamães, a dividir suas angútiase seus anseios. Estaremos sempre aqui!

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